domingo, 26 de fevereiro de 2012

É a subjetividade uma unimultiplicidade?

Subjetividade é a palavra mais enfatizada até agora por nossos professores. Eles apresentam a construção da subjetividade por intermédio das nossas relações com o mundo. Cada indivíduo realiza a sua forma de relacionamento. Somos seres únicos e diversos ao mesmo tempo. Isto é, somos uma identidade recheadas de n fatores. Somos biológicos e sociais. Somos uma representação cultural.
A hereditariedade e o ambiente será  uma eterna discussão. Davidoff (2001), afirma, "do início até o fim da vida, os organismos estão sendo constantemente moldados tanto pela hereditariedade como pelo ambiente. A natureza e a extensão de uma influência sempre depende da contribuição de outra." Ela ainda sugere: devemos estudar a parte biológica e social como fatores de influências, não como determinantes. Chego a conclusão que somos uni e multi. Não somos nós nem somos os outros. Para exemplificar esta abordagem, trago duas referências. A primeira, a letra da canção de Tom Zé - Unimultiplicidade.


Unimultiplicidade

Tom Zé

Neste Brasil corrupção 
pontapé bundão
 
puto saco de mau cheiro
 
do Acre ao Rio de Janeiro
 
Neste país de manda-chuvas
 
cheio de mãos e luvas
 
tem sempre alguém se dando bem
 
de São Paulo a Belém
 
Pego meu violão de guerra
 
pra responder essa sujeira
 
E como começo de caminho
 
quero a unimultiplicidade
 
onde cada homem é sozinho
 
a casa da humanidade
 
Não tenho nada na cabeça
 
a não ser o céu
 
não tenho nada por sapato
 
a não ser o passo
 
Neste país de pouca renda
 
senhoras costurando
 
pela injustiça vão rezando
 
da Bahia ao Espírito Santo
 
Brasília tem suas estradas
 
mas eu navego é noutras águas
 
E como começo de caminho
 
quero a unimultiplicidade
 
onde cada homem é sozinho
 
a casa da humanidade 

 A segunda referência, o poema O outro de Mário de Sá Carneiro, contemporâneo de Fernando Pessoa, cantando e interpretado por Adriana Calcanhotto. Dizem que Mário de Sá Carneiro conseguiu definir o indefinível.


O Outro

Adriana Calcanhotto

Eu não sou eu nem sou o outro, 
Sou qualquer coisa de intermédio: 
Pilar da ponte de tédio 
Que vai de mim para o outro.

Confira e opine. 


Fontes bibliográficas: 

DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia. São Paulo: Person Makron Books, 2001. 

Alan Nascimento 

Um comentário:

  1. E assim vamos ser, como psicólogo, aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar e sempre acreditar no bem. Mesmo na contra-esperança, esperar. E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra, do conselho, da minha sinalização. (Walmir Monteiro)

    beijos Elaine Marise

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