Mas vamos voltar à carência?
Abrah Maslow, psicólogo adepto da abordagem humanista, sugeriu que o ser humano nasce com sistemas de necessidades, os quais são dispostos em hierarquia. Os sistemas de necessidades são, necessidades fisiológicas,necessidades sociais, necessidades psicológica e necessidades de autorrealização.
Haverá inúmeras subdivisões desse modelo proposto por Maslow, mas geralmente, elas se enquadram na sequência descrita anteriormente.
Explicando a ideia de Maslow de uma forma bem rápida, você poderia pensar o seguinte:
Na vida, é necessário suprir as necessidades fisiólogicas. Isto é, sede, fome e sono. Depois , posso passar para a próxima etapa: Necessidades sociais - estudar, trabalhar. Necessidades psicológicas: se eu já tenho comida e um bom trabalho, agora posso ter a possibilidade de amar e estabelecer um relacionamento com uma outra pessoa. Também Preciso, agora, do reconhecimento alheio. Tanto no amor quanto no lado profissional ou em outros lados da existência. Depois desse rápido trajeto, tenho subsídios para as necessidades de autorrealização.Isto é, vou buscar meu sonho de vida.
É bem pertinente essa hierarquia proposta por Maslow. Já fui capaz de visualizar diversas pessoas nessa estrutura. Mas, nosso contexto de hipermodernidade, penso que é muito complicado enquadrar todos os comportamentos humanos nesse modelo. Vivemos num turbilhão de necessidades. Essas necessidades explodem de diversas maneiras. É nessa explosão que percebo a carência humana. Somos carentes, pois sempre necessitamos de algo. E a construção dessa necessidade é, no meu singelo corte de realidade, interessante de discutir. Temos nossos recortes. E precisamos usar os recortes alheios como parâmetros e aprender o conceito de relativização em suas ramificações. Relativização em nível social, cultural, antropológico, filosófico, psicológico, etc. (No momento, não entrarei em descrição sobre os processos de relativização. Apenas direi que relativização nao é sinônimo do título do programa de Ana Hickman, "tudo é possível". Toda possibilidade humana deve ser organizada e desenvolvia por intermédio de critérios. Será a presença do critério em tudo uma questão de carência?)
Transplantar o alheio em nós é algo muito perigoso. Penso que seja um dos níveis de carência mais difícil de discutir. Todos nós temos brilhantes histórias para contar, escutar e debater. Por isso a história do outro é nossa história e não é nossa no mesmo instante. Sua vida (não)é minha. Minha vida(não) é sua. Eu sentirei falta de você na minha vida, mas minha vida continuará. Que bom morrer de carência e de carência viver.
Postado por Alan Nascimento
P.s. Esse texto ainda carece de uma organização final.