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sábado, 2 de junho de 2012

Golfinhos: Pessoas não-humanas

Os golfinhos são tão inteligentes que devemos encará-los como pessoas não-humanas, é o que reivindica um projeto de lei, segundo alguns cientistas proeminentes que se reuniram na conferência anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS), a maior de seu gênero no mundo.

Uma coalizão de cientistas, filósofos e grupos dos direitos dos animais estão declarando,  oficialmente, que os golfinhos não podem ser classificados como simples criaturas. Um dos tópicos do projeto é impedir que eles sejam mantidos em cativeiro em parques aquáticos e severas leis contra pescadores que os atacarem.

O parque aquático Sea World, nos EUA, foi processado por confinar cinco membros de sua equipe em um espaço diminuto e obrigá-los a fazer rotineiramente apresentações para o público. As autoras da ação? Um grupo de cinco orcas.

Elas foram representadas por uma ONG de direitos dos animais, que entrou com o pedido. Embora o juiz tenha optado por não levar o caso adiante, essa foi a primeira vez que um tribunal federal americano chegou a analisar algo do tipo.

Nos Estados Unidos e em outros países, é cada vez maior a quantidade de cientistas e organizações que se mobilizam pelos direitos dos cetáceos -o grupo de mamíferos marinhos que inclui os golfinhos e as baleias. Ao fazer suas reivindicações, eles se apoiam em pesquisas que comprovam que esses animais são, de fato, muito especiais. Assim como os humanos, os golfinhos fazem parte do seleto grupo de espécies que conseguem reconhecer o próprio reflexo no espelho.

Eles também têm um cérebro grande e complexo, com capacidade de raciocínio comparável à dos chimpanzés, considerados os nossos parentes mais próximos. Além disso, golfinhos costumam se esforçar para ajudar os indivíduos feridos do grupo. E até ferramentas eles conseguem manejar.  As chamadas “baleias” assassinas também seriam classificadas da mesma forma, já que elas são golfinhos e não baleias, como boa parte da população pensa.

Outro fator importante é que as baleias também entrariam nesta lista, o que oficialmente transformaria os pescadores baleeiros em assassinos, de acordo com a Associação Americana para o Avanço da Ciência, na conferência anual que ocorreu em Vancouver, Canadá. Grandes empresas como as petrolíferas teriam que ter mais rigor ao explorar uma região com grande fluxo de golfinhos e baleias, buscando respeitá-los.

O filósofo Thomas White, que escreveu o livro: “Em defesa dos golfinhos, a nova fronteira moral”, comentou: “A evidência científica agora é forte o suficiente para apoiar a alegação de que os golfinhos são como os seres humanos, auto-conhecedores, seres inteligentes, com emoções e personalidades. Assim, os golfinhos devem ser considerados como pessoas não-humanas, sendo valorizados como indivíduos. Do ponto de vista ético, as lesões, mortes e cativeiro é algo errado”.

O projeto de lei afirma que todos os membros da ordem dos cetáceos – baleias, golfinhos e botos – tem o direito à vida. Ele também diz que ninguém tem o direito de possuir uma criatura dessas ou fazer coisas que agridam seus direitos, liberdade e normas.

Quando a comparação é tomada pelo cérebro, os golfinhos possuem o segundo maior cérebro do reino animal comparado com seu peso corporal, ficando atrás apenas dos seres humanos. A conferência provou que os golfinhos são autoconscientes, têm personalidades diferentes, um forte senso de si, podendo se reconhecer ao olhar no espelho e podem pensar no futuro.

Outras pesquisas mostraram que os golfinhos que vivem em cativeiro podem resolver problemas difíceis, enquanto os golfinhos que vivem em estado silvestre cooperam em formas que implicam estruturas sociais complexas e um alto nível de sofisticação emocional. Em um caso recente, ensinaram a um golfinho resgatado de seu habitat a “caminhar sobre o rabo” enquanto recuperava-se de uma lesão durante três semanas em um parque aquático na Austrália. Após ser liberado, os cientistas surpreenderam-se ao ver outros golfinhos silvestres fazendo o mesmo. Obviamente aprenderam com aquele que foi treinado enquanto estava em cativeiro.

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Há muitos exemplos similares, como os golfinhos que vivem na Austrália ocidental, os quais aprenderam a cobrir seus focinhos com esponjas para se protegerem na busca de peixes espinhosos que vivem no fundo do oceano. Estas observações, junto com outras que mostram, por exemplo, como os golfinhos cooperam com precisão militar em estratégias para encurralar bancos de peixes que lhes servirão de alimento, estão propondo diversas interrogações a respeito das estruturas do cérebro dos golfinhos.

Algumas provas científicas sobre a inteligência dos golfinhos: 
  1. Quando dada a oportunidade, os golfinhos assistem TV e seguem as instruções apresentadas na tela.
  2. Os golfinhos podem ser ensinados a entender as palavras humanas, frases e demandas.
  3. Como os seres humanos, os golfinhos são altruístas e há exemplos que mostram que eles ajudam banhistas que foram atacados por tubarões.
  4. Eles usam linguagem corporal. Pular, saltando fora da água e desembarcando ao lado de outro golfinho, significa “eu quero ir agora!”.
  5. Eles têm sotaques regionais. Um apito dado por um golfinho do País de Gales é completamente diferente de outro que vive na costa da Irlanda.
  6. Eles têm uma forma de diabetes quando adultos, mas eles são capazes de “ligar ou desligar” a doença. Aprender como esse processo funciona poderia ser a chave para a cura em nós humanos.
  7. Os machos atraem as fêmeas apresentando buquês de plantas daninhas, pedaços de madeira e detritos marinhos, como uma forma de cortejar.
Uma das principais questões levantadas é: em um planeta com 7 bilhões de pessoas, muitas sofrendo com guerra, fome e epidemias, vale a pena se preocupar tanto com direitos específicos desses animais? Na opinião de Thomas White e companhia, sim.

"Algumas pessoas podem se perguntar se isso nos levará a uma sociedade em que pisar numa formiga será crime e poderá levar alguém para a cadeia. Não é assim", diz Lori Marino, cientista da Universidade Emory que também participou da conferência. "O que nós queremos é que os direitos básicos desses animais sejam compatíveis com as suas necessidades."

Se fosse ratificado internacionalmente, esse projeto inviabilizaria parques como o Sea World, além de punir a caça a baleias e mesmo a captura acidental de golfinhos.  
 
Leia mais: http://golfinhosmissionarios.wordpress.com/2012/02/25/cientistas-na-maior-conferencia-cientifica-do-mundo-afirmam-golfinhos-sao-pessoas/ 

Isabela de F. 

Fontes: http://www.jornalciencia.com/meio-ambiente/animais/1477-cientistas-querem-classificar-os-golfinhos-como-pessoas-nao-humanas-por-sua-grande-inteligencia
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1063254-cientistas-querem-que-golfinhos-tenham-direitos-humanos.shtml

domingo, 18 de março de 2012

Grécia Antiga



Como  teremos que ambientar os períodos que influenciaram a formação da subjetividade humana, compartilho com você uma sutil apresentação do cenário grego, encontrado no livro A escrita da História 1.  O que mais você pode contribuir com o assunto de Grécia Antiga? 
Confira o texto abaixo e compartilhe mais informação.

O médico Hipócrates (460-377 a.C) foi o primeiro a olhar para um homem tendo um ataque epiléptico – uma crise de perda de consciência, acompanhada de convulsões – e dizer: “Não há nenhum deus aí dentro; é um fenômeno do corpo deste indivíduo”. Todos os outros povos da Antiguidade dava uma explicação mística para o fenômeno. “Viam deuses e demônios na epilepsia, chamada de “doença sagrada”. Hipócrates afirmava que todas as doenças possuem uma causa natural, não devendo ser encaradas como punição divina.
A explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra alguns dos aspectos mais particulares da Grécia Antiga: a prática da investigação sistemática, as noções de que o mundo é regido por leis da natureza, e não por deuses cheios de caprichos. Matemáticos indianos haviam inventado o zero, chave da aritmética. A sociedade chinesa desenvolveu a pólvora e a bússola. Os maias utilizavam um calendário muito melhor do que os europeus que os invadiram e dominaram no início da Época Moderna. Mas nenhuma dessas sociedades, no entanto, criou um modelo questionador, investigador e experimental. Tal modelo começou a ser elaborados pelos antigos gregos.
Uma sociedade que desenvolveu uma assembleia, na qual os homens aprenderam a persuadir uns aos outros por meio do debate, da polêmica; uma economia marítima que impedia o isolamento e, ao mesmo tempo, desenvolvia uma classe mercantil independente, que podia contratar os seus próprios professores; que escreveu a Ilíada e a Odisseia, obras primas da literatura e do pensamento racional; que construiu uma religião que não era denominada por sacerdotes. E o fundamental, persistiu em conjugar esses fatores durante mil anos.
Como dizia o pensador romano Lucrécio, os gregos viam “a natureza livre e desembaraçada de seus senhores arrogantes, agindo espontaneamente por si mesma, sem a interferência dos deuses”.
Claro que estabelecer uma relação de autonomia com as referências místicas e religiosas é uma condição necessária, mas não suficiente, para a ciência. Então, que percurso histórico explicaria o desenvolvimento desse racionalismo? Que condições históricas teriam levado os gregos a se diferenciar dos outros povos da Antiguidade?


Fonte: CLARO, Regina & CAMPOS, Flavio de. A Escrita da História. Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2010.



Postado por Alan Nascimento

sábado, 10 de março de 2012

Michel Foucault no Globo Ciência


Foucault, filósofo e psicólogo, um dos pensadores estudado pela nossa professora Ângela Baia, foi tema de reportagem no Globo Ciência desta manhã. Este pensador proporciona, em suas reflexões, uma ótima discussão sobre saber, poder e o homem. E como a matéria diz: "Ele foi um dos responsáveis da renovação da psicologia como ciência."
Vale a pena conferir.


Alan Nascimento