domingo, 4 de março de 2012

O Significado do Simbolo da Psicologia

O que significa o simbolo da Psicologia


Estudar psicologia sem entender o significado profundo do seu símbolo representativo significa perder um elemento essencial para sua compreensão. Inicialmente, é importante lembrar que além de ser o símbolo é também uma das letras do alfabeto grego, correspondente ao fonema "psi" e ao número 17. Embora este seja o começo da explicação sobre seu significado, não podemos esquecer que a letra "psi" tem toda uma historia e está associada a realidades muitos profundas, expressadas a través da mitologia. A letra "psi" é o principal símbolo representativo de Deus Possêidon (ou Netuno em Latim).

Possêidon significa "senhor das águas", é o Deus das águas, mas principalmente, das águas subterrâneas e submarinas. De acordo com a Mitologia, após a vitória dos Deuses sobre os Titãs, o universo, foi dividido em três reinos, um para cada irmão: Possêidon obteve o domínio do mar. Zeus, a maior autoridade do Olimpo, ganhou domínio sobre o céu e a terra e Hades sobre os infernos e o mundo subterrâneo e vulcânico. Possêidon nem sempre foi muito dócil à superioridade e autoridade de seu irmão Zeus.

Possêidon percorria as ondas sobre uma carruagem tirada por seres monstruosos, meio cavalo meio serpente ou por cavalos. Seu cortejo era formado por peixes e delfins e criaturas marinhas de todas as espécies. Eram jogados touros vivos no mar como sacrifício ao Deus.

Possêidon Reina em seu império líquido, a maneira de um "Zeus marinho", tendo por cetro e arma o tridente , que dizem ser tão terrível quanto o raio.

Uma concepção mais antiga de Possêidon é o de "sacudidor da terra", o que corresponde a uma ação de baixo para cima, isto é, uma atividade exercida do seio da terra por uma divindade subterrânea. Quando a terra treme devido á força de Possêidon, tudo que está apoiado sobre a terra é destruído.

O tridente era usado por Possêidon como arma de guerra: quando ele o enfiava no coração do seu adversário ganhava poder sobre sua alma. Para demonstrar sua força, Possêidon golpeava a terra com seu tridente e fazia brotar um mar, ou, segundo outras versões, um cavalo. Em sua cólera, Possêidon usava seu tridente para inundar ou secar terras.

As três pontas do Tridente representam as três pulsões: Sexualidade, Auto conservação e Espiritualidade (Auto-realização) e, fonte de todos os desejos facilmente exaltados e da natureza imanente. A Sexualidade e a Auto conservação são forças indispensáveis para a vida, mas que também representam o perigo da perversão e a fraqueza essencial que pode possuir o homem.

Sobre o conceito de espiritualidade como pulsão, Leonardo Boff em seu livro "A Águia e a Galinha" menciona textualmente o seguinte: "A vida espiritual possui em nós o estatuto de uma energia originária. De um instinto com a mesma cidadania que o instinto sexual, o instinto de saber, o instinto de poder, o instinto de violar os tabus e o instinto de transcender". Note-se, não se trata de um instinto qualquer, um entre tantos. Mas de um instinto fundamental, articulador de todos os demais.

A Pulsão da Espiritualidade também pode ser comparada ao "Impulso para a auto-realização" defendido por Carl Rogers e os existencialistas e também a "necessidade de evolução" defendida por algumas teorias religiosas.

Ainda de acordo com conceito das 3 pontas do Tridente, da tríade de forças, como não lembrar da divisão Freudiana do sistema psíquico em: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente (1ª tópica - Até 1914) e em: Ego, Id e Superego (2ª Tópica - Após 1914)?

A partir do mencionado, podemos concluir que o símbolo da psicologia é essencialmente o símbolo das forças do mundo inconsciente, que podem levar-nos à loucura e a morte ou até os estados mais perfeitos do equilíbrio psíquico.


Boa leitura e viajem nas ideias..
Beijossssssss




Elaine Marise

Um comentário:

  1. Muito bom,Elaine. Foi uma ótima viagem. Percebo que há no início uma conotação muito na negativa sobre este símbolo, pois ele é entendido como uma arma de guerra. E quando pensamos em guerra, embriagados de senso comum, o que vem à mente são apenas ideias de destruição. Mas podemos tentar obsevar a destruição como renovação e reconstrução. Em nossas vidas, o processo de desconstrução é muito intenso. Somos muitos resistentes à mudança, mas percebemos que a mudança é uma constante em nossas vidas.(Já dizia Heráclito)
    O Deus Hindu, chamado Shiva, também tem o tridente com elemento. Esse Deus é apresentado, variadas vezes, como o Deus da destruição. Mas esta destruição no contexto cultura hindu é um principio fundamental de renovação. É um momento de repensar e construir novos caminhos para a vida.
    E já no imaginário cristão, o tridente também é apresentado como a arma do diabo. A necessidade desse personagem antagônico à história é apresentado no livro de Nogueria, O diabo no imaginário cristão. (confira resenha sobre o livro: http://leituraobrigahistoria.blogspot.com/2009/06/carlos-roberto-f-nogueira-o-diabo-no.html)
    Devemos entender a força do tridente como um tripé de equilíbrio. E nós, futuros psicólogos, na busca desse equilíbrio, iremos passo a passo buscando mais conhecimentos da alma e do comportamento. E lutar, diariamente, para reduzir os preconceitos e não realizar abordagens anacrônicas.

    Alan Nascimento

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